Por Gustavo Burla
Por mais complicado que seja montar um espetáculo, da escolha do texto à seleção de
elenco, da construção de cenários à adequação da trilha sonora, tudo isso depende de pouca gente.
Se cada pessoa cuidar de suas responsabilidades e tiver senso de coletividade, ótimo, o espetáculo
fica pronto e pode abrir as cortinas. Para quem?
Sem um trabalho de divulgação, as pessoas não ficam sabendo que tem peça e, por isso, não
existe público. Num trabalho de médio prazo, sem política cultural não existe educação para o
teatro. Ou seja, mesmo divulgando muito uma peça, as pessoas não ficam tão interessadas quanto
deveriam para querer ir ao teatro. Um festival ajuda em tudo isso.
Quem se inscreve no Nepopó (e as inscrições estão abertas!), colhe os frutos de quase duas
décadas de conscientização para as artes dramáticas. Em toda edição, os cidadãos de São João
Nepomuceno e os diversos visitantes do festival (entre artistas, técnicos e turistas) esperam
encontrar espetáculos adultos e infantis, de rua e de palco, peças divertidas e dramas intensos.
A cada ano, o Festival refina seus critérios e contribui para que as artes cênicas continuem
sua milenar jornada de troca com os espectadores. Participar do Nepopó é fazer parte desse trabalho
de educação, seja na cena ou fora dela. Vida longa ao Nepopó.
Gustavo Burla
Professor, fazedor de teatro e de textos. Criador do Hupokhondría e leitor nas horas possíveis. Já esteve no Nepopó como jurado, diretor de espetáculo, plateia e consultor.
